24 de jun. de 2010

TODOS OS DIAS - quinta-feira

Todos os dias quando vou para o trabalho, e por regra quando volto também, passo na frente de um prédio onde algo me chama a atenção. O prédio é comum e nele não há nada de atrativo. Mas, no rés-do-chão (térreo) há uma janela onde colocaram uma almofada macia, de cor bege. Nessa almofada vejo sistematicamente um grande gato preto deitado. Ele tem o ar mais bonachão do mundo. Raramente abre os olhos e se o faz é para olhar de lado com total desprezo pelo que se passa. A vida para ele é uma boa almofada no cantinho de uma janela ao sol.

Esse gato, no melhor estilo "Garfield", me fez pensar em nossa indústria de entretenimento. Há hoje no mundo ocidental uma epidemia de obesidade produzida por um lazer preguiçoso que se caracteriza por horas sem fim de sofá e cadeirão. Os principais responsáveis por essa situação são a TV e a Internet com suas variadas opções de programação e entretenimento que mantém as pessoas sedentárias, seduzidas, desunidas e improdutivas.

Na maioria dos casos a TV e a Internet come nosso tempo de um modo cruel. Talvez a maior reclamação de nossos tempos é a falta de tempo. Mas nunca tivemos tantas facilidades em termos de deslocação e comunicação. Há milhares de artefatos dos mais variados tipos, desenhados para nos facilitar a vida. Dezenas de coisas que antes requeriam nossa deslocação podem hoje ser feitas a distância, via internet ou telefone. Mas nunca se reclamou tanto de falta de tempo. Mas se formos ver bem, esses mesmos que reclamam de não ter tempo serão capazes de perder horas diárias a frente da TV ou da Net.

Pensemos em apenas alguns exemplos. Qualquer filme na TV leva pelo menos 2 horas, fora propaganda. Um telejornal leva uma hora em média. Basta a pessoa ver o jornal e um filme e já perdeu 3 horas. Isso ao fim de uma semana serão 21 horas, ou seja, em uma semana perdeu um dia inteiro em algo que é praticamente sem qualquer utilidade. As noticias que viu na maioria dos casos já conhecia e o deixam mais deprimido que informado. Os filmes na esmagadora maioria dos casos nada acrescentam de útil e nem sequer estimulam positivamente pois estão cheios de violência gratuita e sexo livre. Será que vale a pena gastar um dia por semana com isso?

Na internet se passa o mesmo com a agravante de estar recheada de pornografia, lixo intelectual e entretenimento sem propósito. Milhões gastam horas em jogos e sites que nada acrescentam de útil. Recentemente um casal na Coreia deixou morrer seu bebe porque não saiam do jogo na internet para o alimentar. Ouço de gente que levanta de madrugada e prejudica seu trabalho para dar de comer a animais virtuais e plantar uma fazenda online. E ainda reclamamos de falta de tempo.

Não sou fanático e não estou propondo o fim da TV ou da Internet. Não sou hipócrita a ponto de dizer que não uso essas coisas e aproveito meu tempo de modo ideal, mas creio que podemos fazer mais e melhor com nosso tempo. Passemos então á prática. Vamos avaliar melhor o modo como usamos nosso tempo. Filmes sim, mas se forem bons e trouxerem algum proveito. Internet sim, mas na medida em que ajude a comunicação ou em lazer benéfico. Essencialmente lembremos que nosso lazer e entretenimento fazem parte daquilo que devemos entregar ao Senhor de boa vontade.

Para meditar: "Quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa,
 fazei tudo para a glória de Deus" I Coríntios 10:31

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