Diante da crescente pressão da cosmovisão moderna sobre a igreja de Jesus os cristãos tendem a se encoher e refugiar em trincheiras. Há porém aqueles que entendem que nosso melhor contributo é responder com clareza, razão e ciência às alegações das filosofias modernas que querem calar o Cristianismo. Um grupo de eminentes figuras de vários quadrantes do mundo cristão (Católico, Ortodoxo, Protestante e Evangélico) reuniu-se para elaborar uma declaração nesse sentido, defendendo a cosmovisão cristã diante de ataques externos. Esses líderes emitiram a Declaração de Manhattan no dia 20 de Novembro de 2009.
Dignidade da Vida
A declaração se levanta contra a "cultura de morte" mais evidente na questão do aborto e lembra que essa cultura inevitavelmente "desvaloriza a vida em todas os seus estágios e condições promovendo a crença que vidas que sejam imperfeitas, imaturas ou inconvenientes são descartáveis" . Recordando as noções eugênicas avançadas na decada de 1920 por intelectuais dos EUA e Europa, a declaração afirma a união dos cristãos no sentido de "resistir à licença para matar que começou com o abandono dos não nascidos ao aborto... dos movimentos para o suicídio assistido, eutanásia e a clonagem humana para pesquisa biomédica" .
O documento reafirma a noção biblica da dignidade da vida humana e da "luta pela proteção dos fracos e vulneráveis" na perspectiva que a "resposta cristã ao problema da gravidez problemática é para todos nós amarmos e cuidarmos da mãe e sua criança".
A declaração refere ainda uma preocupação forte com o genocidio e limpeza étnica que tem se verificado em muitos lugares do mundo bem como tudo aquilo que ataca a dignidade do ser humano e a santidade da vida.
Casamento
A declaração reafirma a santidade do casamento como união entre homem e mulher como "a mais importante instituição para o sustento da saúde, educação, e bem estar de todas as pessoas da sociedade". Lembra que "onde a cultura de casamento começa a ruir, patologias sociais de todo tipo logo se manifestam".
Segundo o documento é necessario parar com a "glamorização da promiscuidade e infidelidade e restaurar entre o povo o senso de profunda beleza, mistério e santidade do amor marital fiel".
"O impulso para redefinir casamento de modo a reconhecer casamento entre pessoas do mesmo sexo e com parceiros múltiplos é um sintoma da erosão da cultura de casamento... reconhecemos que há aqueles que são dispostos à homosexualidade e relações múltiplas, assim como há gente disposta à outras formas de conduta imoral. Temos compaixão dos que têm estas disposições; respeitamos os seres humanos como possuindo uma dignidade profunda.... estamos com eles mesmo quando falham. Nós, como eles, somos pecadores e necessitamos da paciência, amor e perdão de Deus... nossa rejeição do pecado, embora resoluta, não deve se tornar em rejeição do pecador".
Dito isto, a declaração reconhece que existem divergências quanto a este ponto, mas rejeita a possibilidade de que outras definições de casamento sejam neutras para a sociedade, logo "é por amor (não ânimo) e preocupação com o bem comum (não preconceito) que nos empenhamos em lutar incessantemente para preservar a definição legal de casamento como a união de homem e mulher e para reconstruir uma cultura de casamento".
Liberdade Religiosa
A declaração recorda a luta pela liberdade religiosa que tem ocorrido ao longo dos séculos e estranha que aqueles que hoje "defendem o direito de matar crianças não nascidas, idosos e deficientes e o direito de se envolver em praticas sexuais imorais e mesmo o direito de ter esses relacionamentos reconhecidos e abençoados pela lei, sejam os que estão na vanguarda dos que pisoteiam a liberdade de outros de expressar seus compromissos morais e religiosos em relação a santidade da vida, a dignidade do casamento como união conjugal entre homem e mulher".
A declaração reafirma a posição cristã de respeitar e obedecer as autoridades mas refere que as leis existem para servir à justiça e ao bem comum. Sendo assim, leis injustas minam a sociedade e o bem comum.
Baseados no compromisso de sempre dos cristãos, de não comprometer sua proclamação do evangelho começando com Atos 4 ! Este texto lembra que a desobediencia civil não só é permitida, mas por vezes, torna-se obrigatória! Citando as cartas da prisão de Birmingham de Martin Luther King Jr, a declaração termina afirmando que não aceitaremos editos cujo propósito seja "compelir as nossas instituições a participação de abortos, pesquisa que destruam embriões humanos, suicídio assistido ou eutanásia, nem nos dobraremos às leis que queiram nos forçar a abençoar parcerias imorais, tratá-las como casamentos ou equivalentes e refrearmos a proclamação da verdade como a conhecemos sobre a moralidade, imoralidade, casamento e família".
A todos aqueles que clamavam por uma reação digna dos cristãos digo que agora é o momento de nos manifestarmos e respondermos aos que menosprezam e tentam refrear nossa fé e nossas liberdades.
O texto foi subscrito por 152 lideres religiosos que incluiram reitores e professores universitários, pastores de igrejas evangélicas, arcebispos católicos e primazes ortodoxos. Dos nomes mais conhecidos entre os batistas estarão J.I Packer, Josh MacDowel, Phil Maxwell. Jack Graham e James Dobson.
Para leitura da Declaração de Manhattan ou para subscrevê-la acessar: http://www.manhattandeclaration.org/
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